quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Amor que adoece e amor que cura

Amor que adoece e amor que cura Imprimir E-mail
 


Como nossa consciência pessoal nos liga a nossa família, ela desempenha um papel fundamental em nosso amor.
Freqüentemente observamos nas crianças um amor especial, profundo e ilimitado em sua entrega e ao mesmo tempo auto-centrado e cego para suas conseqüências. Esse amor acredita no auto-sacrifício como modo de proteger as pessoas amadas, mesmo que isso na verdade não passe de uma idéia mágica que nada tem a ver com a realidade dos fatos observados. Esse amor, Hellinger denominou de “amor cego”, e percebeu que nele reside a base de todas as tragédias – daí a alcunha “amor que adoece”. Esse amor se insurge contra a ordem estabelecida e contra a realidade, tal como se apresenta, até mesmo contra a morte. Ele espera suplantar tudo com sua força. E por isso falha.
Em oposição a esse amor observamos um outro amor, mais amplo e abrangente em sua visão e também mais comedido e humilde em seus atos. Hellinger denominou esse amor de “amor ciente” ou também “amor que vê”. Esse amor flui junto com a ordem e se detém face aos fatos impossíveis de serem mudados, renunciando a agir além do que as condições permitem. Esse amor também mantém em seu campo de visão o outro, o ser amado, e o amor que emana dele para nós. É humilde e comedido, respeitoso. E por isso alcança.

Para ilustrar tal diferença entre esses dois amores, tomemos um exemplo.

Imaginem uma menina de 5 anos ao lado do leito de sua mãe, a qual se encontra gravemente doente. A mãe sabe que suas chances de sobreviver são remotas e a criança por sua vez percebe isso com facilidade, como todas as crianças.
Agora tomemos a imagem do primeiro amor, atuando no coração dessa menina. Surge imediatamente o desejo de “salvar” a mãe. Isso é natural numa menininha de 5 anos. Ela talvez diga em segredo em seu coração “Quando você for para a morte mamãe, eu a seguirei.” Ou “Eu morrerei em seu lugar mamãe, e assim você pode ficar”.

E como se sente a consciência pessoal dessa menina? Leve! Se sente uma heroína, pois sente que dá sua vida para salvar a da mãe. Porém, o efeito desse amor é desastroso. A criança na verdade não pode fazer nada. Além disso, como se sente a mãe, caso pudesse ouvir o que se passa no coração da menina? Muito mal, com certeza.

Agora imaginemos um outro modo de amar. Imaginemos que a criança cresce, vive, e depois de um tempo, diz em seu coração a sua mãe: “Querida mamãe! Você é e sempre vai ser a minha querida mamãe! Você me deu a vida, e eu a tomo como um presente precioso! E, com essa vida, irei fazer algo de bom. Se por acaso me for dado também ter filhos, direi a eles sobre a mamãe maravilhosa que você foi para mim. E, no meu tempo certo, morrerei também.”

Como se sente a filha agora? Como se sente a mãe? Como se sentirão os futuros netos?
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ser assertivo é difícil, mas essencial

O termo assertividade vem sendo utilizado de forma inapropriada por muitas pessoas.
Se por um lado o termo é mal compreendido, sua utilização é ainda mais danosa, pois em seu nome tem-se uma alternativa para “malhar” ou “falar certas verdades” o que para mim é falta de educação e não assertividade.
Assertividade é saber expressar as suas emoções e os seus pontos de vista de forma direta, com honestidade, integridade, ética e respeito aos outros.
O que não é ser assertivo:
- Julgar os outros
- Colocar para fora aquilo que lhe aflige ou que amargura
- Pretexto para acalmar a sua ira
- Consequencia de uma neurastenia
- Exteriorizar os “pontos de vista” próprios sem permitir a analise dos “pontos de vista” dos outros.

Se você realmente tem assertividade - Parabéns. A assertividade é uma característica necessária a qualquer pessoa que queira conduzir equipes de alto desempenho, porém certamente você pagará um preço por isto.
Muitas pessoas não se dão bem com pessoas assertivas. Se servir como consolo, eu costumo ficar longe das pessoas que não se dão bem com pessoas assertivas, pois elas costumam ter as seguintes características:
- São pessoas que têm um comportamento camuflado, não permitindo que saibamos realmente quem e como são.
- Por ter este comportamento, não exteriorizam suas opiniões e seus sentimentos, consequentemente não aceitam a diversidade (de papeis, de sentimentos, de opções, de idéias, etc.)
- Têm dificuldade em trabalhar em grupo e não sabem se relacionar com os outros
- Tentam controlar a si e aos outros
-Têm dificuldades em respeitar limites
- São pessoas que estão sempre na defensiva, tem pena de si próprias além dedisseminarem o desânimo ao seu redor.

Talvez você esteja se perguntando – E ai? Você não vai ser objetivo e dizer qual o comportamento que EU devo ter para ser assertivo?
Ser assertivo é:
- Ser você mesmo sem preocupar-se com que os outros vão pensar de você
- Ter altivez quando expuser o seu “eu”, preocupando-se somente em ser você mesmo.
- Aceitar-se como você é e não como os outros gostariam que você fosse.
- Falar e agir de forma que seja respeitado pelos seus atos
- Ser ético e agir com integridade para que tenha autoridade sem autoritarismo
e finalmente:
- Ser seu melhor Amigo e Parceiro

Vou resumir:
Você será uma pessoa assertiva quando você tiver ética, respeito ao próximo, compromisso em servir, porém da forma como você é, com todas as suas falhas, sem se culpar por não ser perfeito e não se acanhando em exteriorizar as suas emoções.
Escreva nos comentários a sua opinião, ela é muito importante para todos nós.
Opine..... mas assertivamente.

DEPRESSÃO

Generalidades
Depressão é uma palavra freqüentemente usada para descrever nossos sentimentos. Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste.
Uma boa comparação que podemos fazer para esclarecer as diferenças conceituais entre a depressão psiquiátrica e a depressão normal seria comparar com a diferença que há entre clima e tempo. O clima de uma região ordena como ela prossegue ao longo do ano por anos a fio. O tempo é a pequena variação que ocorre para o clima da região em questão. O clima tropical exclui incidência de neve. O clima polar exclui dias propícios a banho de sol. Nos climas tropical e polar haverá dias mais quentes, mais frios, mais calmos ou com tempestades, mas tudo dentro de uma determinada faixa de variação. O clima é o estado de humor e o tempo as variações que existem dentro dessa faixa. O paciente deprimido terá dias melhores ou piores assim como o não deprimido. Ambos terão suas tormentas e dias ensolarados, mas as tormentas de um, não se comparam às tormentas do outro, nem os dias de sol de um, se comparam com os dias de sol do outro. Existem semelhanças, mas a manifestação final é muito diferente. Uma pessoa no clima tropical ao ver uma foto de um dia de sol no pólo sul tem a impressão de que estava quente e que até se poderia tirar a roupa para se bronzear. Este tipo de engano é o mesmo que uma pessoa comete ao comparar as suas fases de baixo astral com a depressão psiquiátrica de um amigo. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.


Como é?
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:

  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e do sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar ou fracasso
Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

Outros sintomas que podem vir associados aos sintomas centrais são: 
  • Pessimismo
  • Dificuldade de tomar decisões
  • Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
  • Irritabilidade ou impaciência
  • Inquietação
  • Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
  • Chorar à-toa
  • Dificuldade para chorar
  • Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
  • Dificuldade de terminar as coisas que começou
  • Sentimento de pena de si mesmo
  • Persistência de pensamentos negativos
  • Queixas freqüentes
  • Sentimentos de culpa injustificáveis
  • Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite, insônia, perda do desejo sexual

Diferentes tipo de depressão
Basicamente existem as depressões monopolares (este não é um termo usado oficialmente) e a depressão bipolar (este termo é oficial). O transtorno afetivo bipolar se caracteriza pela alternância de fases deprimidas com maníacas, de exaltação, alegria ou irritação do humor. A depressão monopolar só tem fases depressivas. 


Depressão e doenças cardíacas
Os sintomas depressivos apesar de muito comuns são pouco detectados nos pacientes de atendimento em outras especialidades, o que permite o desenvolvimento e prolongamento desse problema comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e sua recuperação. Anteriormente estudos associaram o fumo, a vida sedentária, obesidade, ao maior risco de doença cardíaca. Agora, pelas mesmas técnicas, associa-se sintoma depressivo com maior risco de desenvolver doenças cardíacas. A doença cardíaca mais envolvida com os sintomas depressivos é o infarto do miocárdio. Também não se pode concluir apressadamente que depressão provoca infarto, não é assim. Nem todo obeso, fumante ou sedentário enfarta. Essas pessoas enfartam mais que as pessoas fora desse grupo, mas a incidência não é de 100%. Da mesma forma, a depressão aumenta o risco de infarto, mas numa parte dos pacientes. Está sendo investigado.


Depressão no paciente com câncer
A depressão costuma atingir 15 a 25% dos pacientes com câncer. As pessoas e os familiares que encaram um diagnóstico de câncer experimentarão uma variedade de emoções, estresses e aborrecimentos. O medo da morte, a interrupção dos planos de vida, perda da auto-estima e mudanças da imagem corporal, mudanças no estilo social e financeiro são questões fortes o bastante para justificarem desânimo e tristeza. O limite a partir de qual se deve usar antidepressivos não é claro, dependerá da experiência de cada psiquiatra. A princípio sempre que o paciente apresente um conjunto de sintomas depressivos semelhante ao conjunto de sintomas que os pacientes deprimidos sem câncer apresentam, deverá ser o ponto a partir do qual se deve entrar com medicações.
Existem alguns mitos sobre o câncer e as pessoas que padecem dele, tais como"os portadores de câncer são deprimidos". A depressão em quem tem câncer é normal, o tratamento da depressão no paciente com câncer é ineficaz. A tristeza e o pesar são sentimentos normais para uma pessoa que teve conhecimento da doença. Questões como a resposta ao tratamento, o tempo de sobrevida e o índice de cura entre pacientes com câncer com ou sem depressão estão sendo mais enfocadas do que a investigação das melhores técnicas para tratamento da depressão.
Normalmente a pessoa que fica sabendo que está com câncer torna-se durante um curto espaço de tempo descrente, desesperada ou nega a doença. Esta é uma resposta normal no espectro de emoções dessa fase, o que não significa que sejam emoções insuperáveis. No decorrer do tempo o humor depressivo toma o lugar das emoções iniciais. Agora o paciente pode ter dificuldade para dormir e perda de apetite. Nessa fase o paciente fica ansioso, não consegue parar de pensar no seu novo problema e teme pelo futuro. As estatísticas mostram que aproximadamente metade das pessoas conseguirá se adaptar a essa situação tão adversa. Com isso estas pessoas aceitam o tratamento e o novo estilo de vida imposto não fica tão pesado.


A identificação da depressão
Para afirmarmos que o paciente está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que o paciente está deprimido.

Orientação psicologica

Orientação psicológica não é psicoterapia.  No processo de orientação, as questões são avaliadas pelo profissional e respondidas de forma abalizada, mas genérica, uma vez que não há entre orientando e orientador uma relação de convivência que permita avaliar a questão a partir das profundas características pessoais do orientando.   
Caso seu desejo seja buscar acompanhamento psicológico (psicoterapia), você deve procurar um psicoterapeuta indicado por outro profissional de saúde.